Hoje foi a minha primeira aula de hidroginástica.
Minha só, não. Juliana foi quem me arrastou. E eu fui porque preciso.
Acordei às 7 da madrugada e, após meus remédios diários, tomei o meu café de costume. Depois eu percebi que eu não deveria ter me alimentado antes dos exercícios.
Mas, voltando à aula.
Chegamos no salão da piscina (que é aquecida) e observei o local atentamente.
Já havia diversas pessoas aguardando o começo da aula. Numa rápida varredura, percebi que eu estava me sentindo com 20 anos. Não por causa da disposição física. Mas porque eu e Juliana éramos os “brotos” mais jovens do local.
Bom, isso já era um ponto positivo. O insconsciente mandando mensagens de alegria para o consciente. Mal sabendo ele que era apenas uma questão de perspectiva temporal.
A preparação consistia em ficar de sunga e tôca. Sim, tôca. É uma regra do espaço.
Neste momento o inconsciente foi dormir porque o consciente logo percebeu que eu estava parecendo o “seu boneco” sem camisa. O ridículo deu risada de mim. Mas faz parte. Vamos entrar.
Água numa temperatura ótima. Os senhores e as senhoras estavam conversando, animados, educados. Belle Époque.
Uma das senhoras reconheceu Juliana. Era conhecida da mãe dela. Não fiquei surpreso e não ficaria se ela dissesse que conhecia a avó.
Segundo ela, a aula era ótima. O problema é que a rotatividade era grande porque alguns integrantes às vezes faltavam. Para sempre.
Ao nos posicionar em um local central da piscina, imaginei: “Será que essa piscina tem aquele líquido azul que aparece com a urina”? Deveria porque eu tinha a certeza que aquela galera ali não ia se segurar por muito tempo.
O cheirinho de “polvilho antisséptico Granado” e o aroma de alfazema envolviam todo o ambiente.
De repente notei que havia dois salva-vidas posicionados diametralmente opostos na piscina. Com olhares atentos. Principalmente para mim. Não entendi.
Havia também um pequeno quiosque ao lado do vestiário onde um representante apresentava um panfleto com letras grandes sobre planos de saúde e um Programa de Planos Funerários. Me benzi.
O professor finalmente entra no salão, grita um bom dia desnecessário e liga o seu celular numa caixa de som! Opa! Vai ter som!
E o som começou: Biquini Amarelinho, Olha só que festa de arromba, Whisky a-go-go, bim-bom, Alegria-alegria…e por aí vai.
Começamos a fazer os exercícios, que pelo ambiente achei que seriam tranquilos pra mim…mas não foi tanto assim não. Não cheguei a cansar porque estava dentro d’água e porque a turma segurou o ritmo do professor sádico.
Duas senhoras disputaram a única máquina de oxigênio que havia no local. Mas eram amigas. Passavam uma para a outra depois de algumas baforadas.
E eu de tôca, numa piscina azul, com aqueles “macarrões” coloridos, fazendo os exercícios do puto do professor.
50 minutos de aula. Incrivelmente TODOS sobreviveram. Inclusive eu.
Foi uma experiência muito interessante.
Não vou dizer única mas vou dizer ímpar!
Pois toda terça e toda quinta estarei lá.
Splash, splash fez o beijo que eu dei, em Juliana dentro da piscina!